Quarto Caminho ou Trabalho é o nome dado a fragmentos herdados de ensinamentos e observações que G. I. Gurdjieff fez no inicio do Século XX sobre o estado geral do Ser Humano e como era possível um despertar em seus alunos para uma realidade maior e desenvolver, em vários níveis, suas capacidades latentes. Um longo e variado método de treinamento e trabalhos
G. I. Gurdjieff fez diversas menções do estado do Ser Humano de que, por estar sujeito “à condições adversas” vivia em um nível de consciência muito abaixo de sua capacidade potencial, “estava adormecido”. Era exigido dos seus seguidores nada mais que um esforço e participação real. Pessoalmente e muito freqüentemente criava “tensões” no ambiente e colocava em cheque seus alunos constantemente.
Para ele não houve progresso real na sociedade e sim um refinamento aparente que tentam explicar as atitudes ainda semi-animalescas, uma humanidade adormecida. “A civilização moderna é baseada em violência, escravidão e palavras elegantes.”
G. I. Gurdjieff, ao que tudo indica, possuía um conhecimento e cultura bastante vastos, desenvolvidos ao longo dos anos em contato com diferentes povos, linhagens espirituais e também bem atualizado com as descobertas científicas da época. Suas doutrinas sobre o cosmos e o ser humano são complexas e bem fundamentadas. Uma marca registrada de seus ensinamentos é que o mesmo deve ser desenvolvido na realidade do dia a dia, no cotidiano da vida, e não em isolamento. Sugeria constantemente a necessidade do Trabalho em grupo.
G.I. Gurdjieff consistiu em mostrar sua doutrina como algo não religioso, mas dizia que o Trabalho consistia num tipo bastante elevado de Cristianismo. “Podemos lutar apenas para sermos verdadeiros Cristãos.”.
No seu livro “Belzeebub’s Tales to his Grandson” - Relatos de Belzebu a seu Neto -, sua obra máxima, encontra-se a síntese de sua visão onde não se faz menção a prática religiosa ou conceitos de uma ordem mais espiritual, o enfoque básico é principalmente psicológico. Todo o seu Trabalho pode ser resumido na busca por despertar o Ser Humano de uma “hipnose”.
Uma crítica frequente a Gurdjieff é que ele não instruiu ou deixou claramente nenhum discípulo preparado para suceder-lhe e atuar como um mestre frente aos seus antigos e futuros discípulos.
Além da atual Fundação Gurdjieff organizada iniciada por Jeanne de Salzmann e seus colaboradores, existe ainda e uma tentativa de Bennet, que em associação com Idries Shah, procurou dar continuidade aos ensinamentos de Gurdjieff. É importante enfatizar, porém que Bennet foi durante toda a sua vida, aluno de Ouspensky, juntando-se a Gurdjieff apenas depois que Ouspensky morreu, o que aconteceu dois anos antes da morte de Gurdjieff.
Bennet ao se associar com Idries Shah, este último convence Bennet a vender-lhe a sua propriedade inteira, e ao fazer isso, Idries Shah, afirmando uma “impureza” em termos dos ideais e suas propostas demole as construções e vende o terreno. Mais tarde ele monta uma nova instituição voltada mais à edição e publicação de livros que se chamou de Coombe Springs, que por sua vez, daria origem à editora Octagon. Posteriormente reconstruí todo o seu trabalho que são divulgados até hoje.
É nos últimos grupos constituídos que surge a Dervish, uma instituição com ramificações inclusive no Brasil. Mais tarde e por longo tempo, a Dervish associou-se a Idries Shah e a seu irmão Omar Ali Shah, mas no início da década de 80, no Brasil, envolveu-se em uma série de incidentes que chegaram a receber a atenção de autoridades policiais internacionais. Além do trabalho com grupos de pessoas, esses trabalhos organizaram também uma editora que traduziu e publicou alguns livros básicos sobre o Quarto Caminho.
Todos esses temas historicamente serão retomados posteriormente nestas páginas, de forma a aprofundar a visão do Quarto Caminho e as bases de seu Trabalho com bases em nossas experiências, leituras e pesquisas em outras publicações de domínio publico e referencias bibliográficas disponíveis.
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