sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O Quarto Corpo

A formação do quarto corpo é rara apesar de uma séria decisão de continuar fielmente no Caminho. Na sua constituição, pequenos deslumbres de suas possibilidades, após longos exercícios, pode-se obter uma pequena entrada nesse estado e ver brevemente como realmente é Tudo. As religiões de todos os povos têm testemunhos das possibilidades deste estado de consciência que na maioria das vezes qualificam de “Iluminação” ou outros vários nomes que na maioria das vezes são definidos como indescritíveis por quem os têm espontaneamente em breves períodos de tempo.
O único caminho que leva a este estado mais permanente é através do desenvolvimento da ‘Consciência de Si’. Artificialmente pode-se ‘fabricar’ um estado de ‘Consciência de Si’, mas ao se voltar ao estado ordinário normal, não lembrar nada. Pensar-se simplesmente que houve um lapso de tempo. Perde-se até a consciência ordinária de Si nesse espaço de tempo.
Sem duvida ninguém nasce com este estado de consciência pronto para usar quando e como quiser. O estado superior de consciência é muito diferente de outros estados de consciência normais, ordinários. O quarto estado de consciência é resultado de um Trabalho de praticas de crescimento interior muito intenso e longo. Resultado de um difícil Trabalho sobre Si. É conseqüência de um treinamento especifico, orientado por alguém que já desenvolveu essas qualidades, as conhece muito bem na sua totalidade e se responsabiliza pelo treinamento e resultados.
Para a maioria das pessoas, mesmos as mais cultas ou intelectualmente superiores a maior dificuldade de seguir o Caminho e treinar e conseguir talvez um deslumbre de ‘Consciência de Si’ é achar que já a possui. Por vezes estão convencidos de ter um “Eu” permanente e imutável. Ter Vontade, capacidade para Fazer e outras tantas qualidades que ainda não têm permanentemente. Para que se submeter a um trabalho longo e difícil para ter aquilo que já possui?
Qualquer ser humano normalmente precisa ver e sentir para conhecer, para crer.
Neste momento existem guerras em alguns pontos deste planeta ou em menor escala alguém está em vias de declarar guerra ou já estar em guerra com alguém seu próximo e semelhante.
Estamos ‘dormindo’ sonhando iludidos e impulsionados pelo que cremos estar ameaçados pelo outro ou querer ter o que o outro tem, ou outro motivo ‘fabricado’ pela imaginação, ‘eu acho’ ou outros motivos ainda mais fúteis. Nesse estado ordinário tudo é uma sucessão de reações, começa não se sabendo como ou como pode terminar. Persegue-se um ‘sonho’ ou pior ainda, se luta por uma crença, por uma ‘conclusão’.
Vive-se um mundo em que tudo ‘acontece’. Nada pode frear os impulsos dos pensamentos, não se pode controlar a imaginação, as emoções e muito menos a atenção.
Vive-se em um mundo subjetivo. Um mundo de ‘quero’ e ‘não quero’, ‘gosto’ e ‘não gosto’. Um mundo onde se vive o que não se gosta e gosta. Um mundo onde se crê viver de gostos e de não gostos. Um mundo onde não se faz o menor esforço para experimentar o que não se gosta e até gostar daquilo que não se gosta. Isso não e um Mundo Real. Vive-se num ‘sonho’. É a vida de um ‘dormido’. Vive-se num mundo ‘infantilizado’ pelo desconhecimento de nossas capacidades interiores reais.
Uma guerra, qualquer que seja sua dimensão, de muitos contra muitos ou de um contra o outro, significa que milhões de ‘dormidos’ estão trabalhando para tratar de destruir outro milhão de ‘dormidos’. No mínimo conquistar tão somente um gosto ou ‘privilegio’ ditado pela necessidade mesquinha do individualista. Recusam-se a despertar.
Tudo que se passa nesse mundo é resultado desses ‘sono’.
Muitos ainda recusam-se a despertar ou de ter a ‘curiosidade’ de sentir outro Mundo interior possível.